As plantações de seringueiras de Marília e região produziram 120 mil toneladas de látex em 2011. Atualmente a região conta com 80 mil árvores em plena produção, além de outras 80 mil plantadas recentemente.
Segundo o engenheiro da Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral), Dirceu Mascarin, a região tem um grande potencial para o desenvolvimento da cultura que inclui clima, solo, mão-de-obra, infraestrutura, crédito e mercado.
Porém o engenheiro explica que tanto Marília como municípios próximos que tenham as mesmas características de topografia e tipo de solo necessitam de novos modelos de produção que devem ser embasados na visão de sustentabilidade econômica, social e ambiental. “A cana-de-açúcar tem ocupado as pastagens degradadas em outras regiões. O eucalipto, a citricultura, a cafeicultura e outras culturas permanentes são as opções indicadas para nossa cidade”, explica Mascarin.
Em relação ao mercado o engenheiro agrônomo afirma que a oferta de crédito está alta. Ele explica que os produtores devem ter um planejamento com assessoria de técnicos especializados para obter garantia de sucesso na produção. “A demanda por borracha natural continua crescendo no mundo todo, o que possibilita segurança aos produtores”.
Ano é de altos preços para borracha
Além da alta produção do látex na região o ano passado também for marcado pelo elevado preço da borracha. Fator que contribuiu para o benefício econômico dos produtores.
A média anual do preço de venda em 2011 foi de R$ 3,70 por quilo. Os valores superam 2010 em que o preço do quilo do látex era de R$ 1,10.
O administrador de uma fazenda especializada da região, Benícios Custódio Júnior, 36, afirma que 2011 foi um período muito produtivo para o setor. Apenas na propriedade em que o administrador trabalha foram produzidos 230 toneladas de látex. A fazenda localizada em Oriente conta atualmente com 35 mil árvores em produção, além de 47 mil pés recém plantados.
Em relação à expectativa para este ano Júnior afirma que o ano começou com queda no preço. Na próxima semana a estimativa é de que o valor alcance R$ 2,70. “Normalmente os primeiros meses do ano são ruins para sangria. De março a agosto as baixas temperaturas favorecem o setor”.
Júnior explica que a produção de seringueiras para a região de Marília é uma excelente oportunidade de empreendimento. Em busca de incentivar a produção os funcionários que trabalham na sangria são remunerados com 30% do total.
O trabalhador rural Márcio Souza, 33, afirma que no ano passado conseguiu ganhar um bom dinheiro devido à participação no lucro.“Viver disso é compensador aqui na região. Quanto mais conseguimos produzir mais ganhamos”
A funcionária rural Simone Aparecida Inácio, 29, trabalha nas plantações de seringueira há mais de cinco anos influenciada pelos pais que já atuaram no ramo. Ela está satisfeita com o resultado e o crescimento do setor. “É uma coisa que eu gosto de fazer. Só é ruim quando chove pois prejudica o trabalho e não conseguimos faturar”.
CULTURA
Da seringueira se extrai o látex que por coagulação espontânea ou por processos químico-industriais se transforma no produto comercial denominado borracha. A matéria-prima borracha é largamente utilizada na produção de bens industrializados.
Uma das grandes vantagens do cultivo é sua exploração econômica durante o longo ciclo de vida da planta sem a necessidade de desnudamentos periódicos do solo. Além do mais a seringueira tem-se comportado muito bem em consorciação com cultivos econômicos de ciclo curto.
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