A família do ex-goleiro Marcos teve um começo de ano complicado. Em primeiro, é claro, porque o ídolo palmeirense resolveu anunciar a aposentadoria e causou comoção no futebol. Mas enquanto os holofotes ficavam em cima dessa história, um problema com um parente se desenhou: o também goleiro Rodrigo, 17 anos, primo do agora ex-arqueiro, ficou sem clube para defender em 2012.
Rodrigo estava no Botafogo até o final do ano passado. Ele ficou lá por cinco meses para um período de testes. Agora, espera uma negociação entre o empresário dele e o clube carioca para ser mantido no grupo. Mas Sidnei Loureiro, gerente geral das categorias de base do time alvinegro, deu a entender que o ciclo do jogador acabou.
"O Rodrigo fez um período de testes com a gente e não foi aproveitado. Ele é bom goleiro, mas a gente já estava com um trabalho bem desenvolvido com outros goleiros", comentou ele, que contou com Andrey na titularidade durante a disputa da Copa São Paulo de Juniores deste ano.
Enquanto está sem clube, Rodrigo treina no Centro de Formação do Futebol Brasileiro, uma "escolinha" em que ele mantém a forma física. O primo de Marcos não sabe como será o futuro.
"Está indefinido o time que vou jogar neste ano. Estava no Botafogo, mas ainda não tenho certeza se volto. Tem que resolver lá primeiro para depois eu procurar outro clube", contou ele a nossa equipe, antes de avaliar a estrutura do Botafogo para jovens: "é mediana, como na maioria dos clubes".
Mas o Botafogo não foi o primeiro time na carreira de Rodrigo. Depois de tentar ser atacante na infância, ele foi para o gol e começou no Campo Grande-RJ. Passou em um teste no Santos e lá ficou por três anos. Durante esse tempo, foi campeão paulista Sub-15 e enfrentou uma situação difícil.
"Eu sou palmeirense. Pelo Santos enfrentei o Palmeiras na Copa Nike e no Paulista de 2009, pela semifinal", contou ele, que defendeu um pênalti no jogo do Estadual, saiu com a vitória e hoje minimiza a situação: "foi um jogo como todos outros. Na hora você nem lembra para que time torce".
Apesar de ter conseguido algum sucesso nas categorias de base do Santos, a passagem pelo time se encerrou em 2011. "Saí porque já estava lá há muito tempo e queria uma situação de destaque para poder jogar. Teve a mudança de diretoria, trouxeram outro goleiro e aí eu saí", declarou ele, que ficou sem clube até contar com a ajuda do primo famoso.
A relação com Marcos
Marcos foi o responsável por apresentar Rodrigo ao empresário, que ele chama de Didi. Este levou o jovem até o Botafogo para uma semana de testes, que depois viraram cinco meses. Mas a ajuda do ex-goleiro do Palmeiras não parou por aí, já que Rodrigo admite se inspirar nele.
Marcos foi o responsável por apresentar Rodrigo ao empresário, que ele chama de Didi. Este levou o jovem até o Botafogo para uma semana de testes, que depois viraram cinco meses. Mas a ajuda do ex-goleiro do Palmeiras não parou por aí, já que Rodrigo admite se inspirar nele.
"Tenho em comum a vontade de vencer. Você vê que, quando o Palmeiras saía derrotado, ele ficava chateado. Eu também não gosto nada de perder. E também assumo responsabilidade quando erro. Acho que, se eu for pelo menos metade do que ele foi, já está bom", analisou o jovem.
Rodrigo é primo de segundo grau de Marcos, e os dois vivem em cidades diferentes. Por isso a relação entre eles não é tão próxima. Os dois sequer se falaram desde o começo do ano, quando Marcos anunciou a aposentadoria.
No entanto, eles já jogaram juntos duas vezes - na fazenda do ídolo palmeirense e em uma partida beneficente, em Oriente, a cidade natal do eterno camisa 12. Nas duas ocasiões Rodrigo ficou no gol, já que Marcos gosta de se arriscar na linha nessas brincadeiras.
Em encontros ocasionais como esse, Rodrigo recebeu algumas dicas de Marcos. "Ele passou bastante conselho. Por exemplo, na saída do gol, ir preocupado na bola e se impor na frente do adversário. E também sobre o momento do pênalti, de transferir a responsabilidade para o batedor. Ele costuma desejar boa sorte para o adversário para passar a responsabilidade", contou Rodrigo, que lamentou a aposentadoria do primo ídolo.
Em um momento complicado na carreira atualmente, por ficar sem clube na idade em que já poderia virar profissional, Rodrigo admite que o parentesco com Marcos também tem um lado ruim.
"Ser primo do Marcos ajuda bastante, mas também atrapalha. Se eu for bem, vão dizer que já vem de casa, que tem a quem puxar. Mas se eu for mal é complicado, porque, querendo ou não, esperam bastante de mim. Vão falar 'esse é o primo do Marcos?'", discursou.
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