A votação oficial para o Conselho Nacional de Diretores (CND), que decidirá o novo presidente da Igreja do Evangelho Quadrangular será dia 27 de março. Estão na disputa Mário de Oliveira, atual presidente do CND, Jayme Paliarin, atual 1º vice-presidente do CND e Waldir Agnello.
Os candidatos têm percorrido o país para garantirem sua eleição durante a Convenção Nacional. Algumas informações chamam atenção nesse processo.
Por exemplo, no site do pastor Agnello há um registro que não combina com o que se espera de uma eleição cristã: “os pastores gaúchos fizeram um apelo a Agnello para que garanta a todos o direito de votar com liberdade, sem qualquer temor de serem identificados e retaliados”.
Há algum tempo que a Igreja Quadrangular tem sido alvo de denúncias por conta de alguns “excessos” de pastores e ensinos que contrariam a história da denominação. Mas eram casos isolados, que não mancham a história da denominação.
Nas redes sociais há comentários maldosos e também circulam e-mails entre os membros da denominação com sérias acusações. Uma pesquisa no Youtube pelo nome dos candidatos também mostra diferentes tipos de argumentos a favor e contra os pastores.
Contudo, causa preocupação que circulem na internet acusações pessoais, através de textos e vídeos com opiniões que acabam desabonando, de uma maneira ou de outra, os candidatos.
As acusações mais contundentes são contra a reeleição de Mário de Oliveira, que também é deputado eleito pelo PSC de Minas Gerais.
O caso tomou um vulto maior devido à reportagem publicada no site da Revista Veja desta semana, capaz de assustar qualquer leitor:
“Mário de Oliveira, que é presidente da instituição há dezesseis anos, é acusado por dois pastores de não seguir o que prega. Mais do que isso: de subverter tudo o que qualquer religião proclama ao encomendar a morte de duas pessoas, ludibriar as instituições e enriquecer à custa de fiéis.
Essas acusações foram feitas formalmente, em 19 de fevereiro passado, na Superintendência da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul. Partiram do pastor Osvaldeci Nunes, que privou da intimidade do deputado Mário de Oliveira durante cerca de quatro anos. Num depoimento que durou sete horas, Osvaldeci Nunes contou que, em 2009, o presidente da Igreja do Evangelho Quadrangular lhe pediu para contratar um pistoleiro para matar Maria Mônica Lopes, ex-cunhada do parlamentar.
O assassinato seria encomendado porque Maria Mônica, ao se separar de um irmão de Mário de Oliveira, ficou com metade de uma fazenda que, na verdade, pertenceria ao deputado… Para comprovar o que disse, o pastor anexou ao depoimento fotos e informações levantadas por um detetive sobre a rotina de Maria Mônica. Era, segundo ele, a preparação para o crime que acabou não acontecendo…
Não é, porém, a primeira vez que o líder da Igreja do Evangelho Quadrangular é acusado de mandar matar desafetos. Em 2007, a polícia de São Paulo prendeu um pistoleiro supostamente contratado por Mário de Oliveira para matar o então deputado federal Carlos Willian, ex-integrante da igreja.
Por envolver parlamentares, o caso chegou a ser investigado no Supremo Tribunal Federal, mas foi arquivado por falta de provas. O depoimento de Osvaldeci Nunes também traz novidades sobre o crime. Além de confirmar a participação do deputado na trama abortada pela polícia, ele confessa ter subornado a principal testemunha do caso para livrar Mário de Oliveira das acusações.
Desde 2008, o deputado é investigado no Supremo Tribunal Federal também por formação de quadrilha, estelionato e falsidade ideológica”.
Mário de Oliveira, nega todas as acusações, mas sem dúvida esse tipo de situação afronta ainda mais a imagem dos evangélicos no Brasil.
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